Neurobiologia da ansiedade: como este transtorno afeta o cérebro

A ansiedade é um dos transtornos que mais afetam as pessoas atualmente, e os impactos deste transtorno em nosso cérebro são enormes. No entanto, o que se sabe sobre a neurobiologia da ansiedade?

Compartilhe esse post

A ansiedade é um dos transtornos que mais afetam as pessoas atualmente, principalmente analisando o aumento significativo do consumo de ansiolíticos nos últimos anos. No entanto, o que se sabe sobre a neurobiologia da ansiedade?

A seguir, vamos abordar a neurobiologia da ansiedade e como este transtorno afeta o nosso cérebro.

Mas, primeiro, o que é neurobiologia?

A neurobiologia é uma área da biologia que estuda especificamente o sistema nervoso, incluindo sua estrutura, função e desenvolvimento. Tendo uma ampla gama de aplicações em diferentes campos, incluindo a medicina, a psicologia, neurologia, farmacologia e biotecnologia, os avanços nesta área têm contribuído para o tratamento de diversas doenças neurológicas, como o Alzheimer. E também contribui para a compreensão de transtornos mentais, como a depressão e a esquizofrenia.

De forma simplificada, a neurobiologia estuda e compreende o funcionamento do sistema nervoso e suas relações com o comportamento, nos permitindo entender como o cérebro processa informações, controla as funções do corpo e como influencia nossas emoções, pensamentos e comportamentos.

Sendo uma fascinante área de estudo em constante evolução, que desempenha um papel crucial na compreensão e no avanço da ciência e da medicina.

Com isso explicado, podemos relacionar então que a neurobiologia da ansiedade, estuda justamente como o transtorno da ansiedade altera o funcionamento do sistema nervoso, consequentemente afetando o comportamento, os pensamentos, as emoções e as funções do corpo!

Transtorno de ansiedade

Relacionada à preocupação e ao medo, a ansiedade é uma reação natural do corpo, e ela pode se tornar uma condição psicológica quando se torna excessiva, passando a atrapalhar atividades rotineiras e o bem-estar do indivíduo.

A ansiedade tem como uma de suas principais características o fato de ser antecipatória, isto é, está relacionada à antecipação de perigos futuros, indefiníveis e imprevisíveis. A pessoa que sofre deste transtorno, costuma pressentir ou apontar perigos ou ameaças para si mesma.

Impactos da ansiedade no cérebro

Todos nós já sentimos ansiedade! Enquanto alguns convivem com a ansiedade crônica, que faz com que seja impossível perceber que há uma maneira diferente de encarar a realidade, outros experimentam a ansiedade situacional, que são situações específicas que despertam ansiedade, como falar em público, enfrentar uma entrevista de emprego, uma prova de vestibular, ou até mesmo se relacionar com outras pessoas.

A verdade é que a ansiedade é uma resposta fisiológica e natural de nosso organismo, mas muitas vezes ela foge do nosso controle e toma conta de nossas vidas sem que percebamos.

Antes de entendermos como a ansiedade afeta o sistema nervoso, é preciso saber que este transtorno afeta diferentes estruturas do cérebro. A amígdala, por exemplo, é a responsável por processar e interpretar os sinais sensoriais do ambiente, identificando o perigo e alertando o cérebro de que existe uma ameaça da qual devemos nos defender.

Já o hipocampo é a parte do cérebro ligada à nossa memória emocional e, se o impacto da ansiedade for mais intenso e duradouro, essa estrutura irá sofrer mais, causando efeitos como perda de memória, problemas de concentração e até o estresse pós-traumático.

Além disso, o verdadeiro impacto da ansiedade sob o nosso cérebro se dá por uma combinação perigosa de neurotransmissores muito específicos, sendo o cortisol, a noradrenalina e a adrenalina.

Inquietação, sensação de alarme, tensão muscular e taquicardia. Estes são sintomas físicos que são resultado da união desses neurotransmissores.

Assim, enquanto a amígdala identifica o perigo, estes neurotransmissores nos levam a agir. É possível dizer que o cérebro “quer” que a pessoa se defenda ou que ela fuja, levando mais sangue para os músculos, acelerando o coração e levando mais ar para os pulmões.

Quando a ameaça é real, este estado de alarme pode nos ajudar em momentos específicos, no entanto, quando não há uma situação real de perigo e a ativação fisiológica é constante, podem surgir problemas como má digestão, dores de cabeça, hipertensão, entre outros.

Se o seu estado de ansiedade se tornar incontrolável a ponto de afetar a sua rotina e o seu bem-estar, não hesite em buscar ajuda profissional. Agende a sua consulta!

Confira outros posts...

Psiquiatria clínica

Como os exercícios físicos ajudam na saúde mental

Já não é segredo que a prática de exercícios físicos pode trazer uma série de benefícios para o organismo. Mas, o que poucas pessoas sabem, é que se exercitar com frequência traz benefícios tanto para a nossa saúde mental quanto física.